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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Ousa ousar!


“Ousa ousar!
Ousa sem medo de ser homem
- ousa ser grande entre os grandes.
Ousar é dar sentido à vida
- ousar é estimular a felicidade.”

Edite Pinheiro
Fevereiro, 06 / 2014

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O teu olhar abraça-me


O teu olhar abraça-me - abraça-me o teu olhar:
sinto-o penetrante -, esse teu olhar sedutor.
Desafia-me uma grande vontade de te abraçar,
mas, antes de me tocares, o teu olhar abraçou-me.

Edite Pinheiro
Janeiro, 09 / 2014

terça-feira, 19 de novembro de 2013

TODOS OS ANOS


Todos os anos
Festejo feliz
O dia
Do meu aniversário

Todos os anos
Feita aprendiz
Sigo o guião
Do meu fadário

Todos os anos
Mais uma vez
Me vejo a saltar
As coisas chatas

Todos os anos
Jogo xadrez
Desejo criar
Novas etapas

Todos os anos
Novo voo ensaio
Abro meus braços
Mas o voo não surge

Todos os anos
Sigo os passos do aio
Deslindo meus laços
Espero o que urge

Neste aniversário
Senti a simplicidade
Da vida
Neste aniversário
Senti a felicidade
Da família unida

Neste aniversário
Não estive só
Senti-me!
Mulher, mãe e avó.

Edite Pinheiro
Novembro, 19 / 2011

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

ODE À CASTANHA

 
 Chega o outono
 Chega a castanha
 Dádiva dos deuses
 Em capa embrulhada
 De picos protegida
 Por ninguém é tocada
 Por todos é colhida
 
 Chega o outono
 Chega a castanha
 Trabalhosa no colher
 Veste camisa e casaco
 Sem remendo nem buraco
 Sozinha ou acompanhada
 Por todos é deleitada
 
 Chega o outono
 Chega a castanha
 Que na pobreza
 Quando batatas não havia
 Ou faltava o pão na mesa
 A míngua mitigava
 Para todos era certeza
 
 Chega o outono
 Chega a castanha
 Consumida com agrado
 Crua, cozida ou assada
 Ou ao fumo pilada
 Os bilhós são de quem ganha
 Na tradição que acompanha
 
 Chega o outono
 Chega a castanha
 Surge o dia folgazão
 Casa-se castanha e vinho
 Em alegre animação
 Cora a gente na fogueira
 Foliona e galhofeira
 
 Chega o outono
 Chega a castanha
 Uma semente que surge
 No interior do ouriço
 Agressivo mas castiço
 O fruto do castanheiro
 Que é muito curandeiro
 
 Diz o povo e com razão:
“Mais vale um castanheiro do que um saco com dinheiro”
 
Edite Pinheiro
Novembro, 12 / 2012

LENDA DE S. MARTINHO


Numa fria tarde de Outono
seguia Martinho a cavalo
por entre forte vendaval,
a sua rubra capa o cobria,
protegia-o do temporal.
Cavalgando montes e vales
o dever de soldado cumpria,
indiferente ao tempo invernal.

Numa curva do caminho
um trémulo mendigo sofria,
ao frio, sequioso e faminto
alguma esmola pedia.
Apelou compadecido
ao coração do soldado,
que de ternura e bondade
a compaixão comovia.

Da capa cortada ao meio,
a golpes da fiel espada,
parte ao mendigo entregou.
Com tanta generosidade,
o céu que tudo observa
deste gesto se agradou
e um milagre aconteceu,
parou de chover, o sol brilhou.

De cavaleiro romano
fiel ao dever de soldado,
ímpio na solidariedade,
rigoroso e cumpridor,
com este gesto de bondade
e de solidária compaixão,
volveu apóstolo da cristandade,
símbolo de toda a generosidade.

Edite Pinheiro
Novembro, 11 / 2011

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

SIBILADOS


Neste local maravilhoso que é o nosso mundo, continuamos a cultivar a apatia como sendo uma virtude:
- assobiamos para o lado quando somos confrontados com a problemática das drogas;
- assobiamos para o lado quando somos confrontados com o proliferar do alcoolismo;
- assobiamos para o lado quando somos confrontados com a realidade dos assaltos;
- assobiamos para o lado quando somos confrontados com a violência doméstica;
- assobiamos para o lado quando somos confrontados com a violência gratuita;
- assobiamos para o lado quando somos confrontados com a presença dos sem-abrigo;
- assobiamos para o lado quando somos confrontados com a degradação e a miséria;
- assobiamos para o lado quando somos confrontados com a desertificação do interior;
- assobiamos para o lado quando somos confrontados com o fenómeno da emigração;
- assobiamos para o lado quando somos confrontados com o egoísmo e a hipocrisia;
- assobiamos para o lado quando somos confrontados com a falta de respeito pelo próximo;
- assobiamos para o lado quando somos confrontados com a falta de respeito pela família;
- assobiamos para o lado quando somos confrontados com faltas de educação e respeito;
- assobiamos para o lado quando somos confrontados com o desprezo para com os idosos;
- assobiamos para o lado quando somos confrontados com atitudes de prepotência;
- assobiamos para o lado quando somos confrontados com a falta de ética e moral;
- assobiamos para o lado quando somos confrontados com atitudes racistas;
- assobiamos para o lado quando somos confrontados com a falta de cultura;
- assobiamos para o lado quando somos confrontados com absentismo escolar;
- assobiamos para o lado quando somos confrontados com a ignorância do óbvio.

Por isso:
- não consigo continuar a suportar um sítio onde as pessoas estão cada vez mais egocêntricas;
- não consigo continuar a suportar um sítio onde as pessoas se preocupam mais com a vida dos outros do que com a sua própria;
- não consigo continuar a suportar um sítio onde o palco da vida é feito de ingratidão e de egoísmo;
- não consigo continuar a suportar um sítio onde os valores e as tradições estão a ser colocadas de parte;
- não consigo continuar a suportar um sítio onde se dá mais valor ao luxo e ao supérfluo;
- não consigo continuar a viver num sítio que aceita e cultiva a apatia como sendo uma virtude.

Em que é que as pessoas se estão a transformar? Preciso saber?
Já que este mundo, este lugar maravilhoso, merece que lutemos por ele!

Edite Pinheiro
Outubro, 10 / 2013

Foto de Francisco Oliveira

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Pensamento - 65


“Atenta a neblina que pode esconder o que os próprios deuses não ousam olhar.”

Edite Pinheiro
Dezembro, 27 / 2012

Foto:Nevoeiro” - Marek Grumou